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domingo, 31 de outubro de 2010

À chuva...



Descemos a rua
sozinhos no meio da multidão
de gente sombria,
vestida de preconceitos
e virtudes.

A palavra aquece-nos,
o corpo cede ao desejo
e a esquina mesmo ali,
escura, sorridente,
convidativa!

O vestido sobe,
as mãos descem,
segredam-se vocábulos,
misturam-se gemidos,
e entras em mim
valente, voraz,
entre gritos sussurrados...

O prazer acomoda-se
no meu corpo quente
e tu...
Tu jorras torrentes de amor,
encharcas-me de desejo
entre carícias...

E a chuva segue indiferente o seu destino!